sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Almejar.

Queria produzir, queria inspiração. Confesso, não tinha. 
Simplesmente abri uma página em branco. Almejo relatar o quanto sinto-me desejada pelos olhos alheios. Relatar o quanto feliz estou, e cansada também. Dizer o que é proibido, inadequado, impróprio. Dizer todos os planos e estratégias que para nós criei, só para nos amar. Vomitar todo o meu amor, e revolta. Revolta por tu, que me tens ao seu lado, não me desejar como alguns olhos ocultos me desejam. Gostaria de dizer todas as propostas indecentes que me são ofertadas, e que, com medo, não aceito. Não por medo do ato, mas por medo do gosto e do desejo. Medo pela certeza de que irei pedir "bis". Gostaria de lhe mostrar a mulher incrível que habita em mim, mas a menina "inocente" sempre revela-se quando estou ao seu lado. Queria lhe dizer o quanto sinto-me envergonha quando tu beijas o meu umbigo, pedindo para que eu diga o plural de "decimal". Apesar de, no momento do ato, adorar a situação. Queria correr o mundo, mas com a certeza de que, ao retornar, lhe encontraria. Sim, confesso, também gostaria de pousar para uma revista nua. Assim como gostaria de publicar um livro. Queria pegar o carro e sair sem destino, sozinha. Mas, ao saber que sem rumo, no rumo, te encontraria. Gostaria de lhe fazer uma serenata de amor, ou de recebê-la. Gostaria de fazer amor todas as noites. Almejaria você todos os dias. Tiraria a roupa só para ver a sua reação. Ou paralisa, ou ousa. Só para me amar. Confuso, sim. Admito. Afinal, não tinha proposito algum, a não ser, almejar ! 

sábado, 25 de outubro de 2014

Você...

Ainda em casa, trabalhando online, meu celular, em cima da escrivaninha, vibra... Sim, é "ele"... Mandando-me a seguinte mensagem "Qual é a cor da sua calcinha? Estou louco para tira-lá!". Obviamente que não poderia sentir outra coisa a não ser "borboletas" a me invadirem. Então, lhe respondi: "Vermelha. E a sua espera!". E quando eu menos espero o seu carro já está em frente ao meu portão. Apenas peguei minhas chaves e fui ao seu encontro, cabelos soltos, pernas expostas. Gentilmente, você abre a porta do carro para mim, entro. Quando você retorna ao banco do motorista, um sorriso, bobo e malicioso, é trocado !! Você entra, sem nada a dizer. Enquanto isto, olho-te com olhar torto, desconfiado; por fim, safado. Sem que uma palavra fosse trocada você pega-me pelos cabelos e beija-me enlouquecidamente, passando a barba pelo meu pescoço, segurando-me firme. Daquela maneira que me enlouquece. Nos beijamos louca-e-profundamente. Saímos. Então, no quarto do Motel, subimos as escadas, eu a sua frente e você segurando-me pela nuca... Entramos, e imediatamente você joga-me na parede, fazendo com que eu beije o espelho. Com este ato, arrepio-me todinha. Você sempre segurando os meus cabelos, beijando o meu pescoço e arranhando-me com a sua barba. A outra mão em minhas pernas, que levemente você eleva. Eu já não possuo mais forças para lutar contra você, contra o nosso desejo. Você me domina. Viro-me. Então, nos encontramos, olho no olho, quando hesito em falar, você me silencia. Do seu jeito. Com sua mão firme em meus cabelos, apenas fecho os olhos. Te desejo. Em um instante já estou em seu colo, você tirando-me a roupa. E eu, sendo toda sua.



sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Café da manhã.

E são os pequenos gestos que, muitas vezes, salvam um relacionamento. Acreditando nisto, a noite, antes de você chegar do trabalho, preparo o seu bolo favorito, para que no dia seguinte, sábado, possamos tomar um delicioso café da manhã na cama. Com direto àquele capuccino que você, antes, sempre preparava para mim. Em minha mente estava tudo calculado. Acordaríamos às 8:30 da manhã, tomaríamos café - na cama - e em seguida resolveríamos qualquer coisa que estivesse ficado pendente durante a semana. Então, o telefone toca, e é você, dizendo que ficará no escritório até mais tarde resolvendo alguns "pepinos" que surgiram de repente. Okay, desligo o telefone e vou preparar a calda para o nosso delicioso bolo, com leite condensado e chocolate. Ao seu gosto. Preparo a nossa cama, e antes de ir dormir, deixo em cima da mesa a janta preparada para você, caso você chegue e eu não veja. Em minha leitura me perco no tempo e durmo. Ao acordar pela manhã, decepcionada, observo que o lado da cama, no qual você dorme, ainda está arrumado. A cozinha e a mesa, intacta. Nenhuma chamada sua no meu celular. Ao ligar para você, não me atendeu. Ligo diretamente para o ramal do seu escritório, a secretária atende, como sempre, trabalha aos sábados pela manhã, e diz que você encerrou o expediente ontem, as vinte e duas horas, bem antes do horário em que você me telefonou.... Agradeço a informação e desligo o telefone. Mergulho no chuveiro e um turbilhão de coisas se passam em minha mente. Respiro fundo. Visto-me e vou para a reunião de trabalho. Sem animo para tomar café da manhã, sozinha. 

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Mais uma noite.

Então chego a mais um brilhante evento. Como sempre, sozinha, e com as suas roupas passadas e penduradas no suporte do banco traseiro do carro. Estou na recepção, brilhando, cumprimentando alguns convidados e recebendo alguns fotógrafos. Você manda uma mensagem para o meu celular. "Cheguei". A moda francesa retiro-me do salão e vou ao estacionamento, onde você já me espera com o carro estacionado ao lado do meu. Entrego-lhe o terno, que com todo carinho cuidei. Do porta-luva retiro o seu perfume importado e lhe entrego. Lhe presenteio com uma gravata nova, a qual combina perfeitamente com o meu novo vestido, o qual você nem reparou. Gostaria de, posteriormente, utilizar essa gravata como algemas ou vendas em nossa cama, mas, meus olhos enchem de lágrimas no momento em que me recordo onde você estava. Você saí do carro. Perfeito. Cabelo bem penteado, terno aliado, perfumado. Com a gravata solta em volta do pescoço, solicitando-me  para que faça o nó, perfeitamente calculado, como só eu sei fazer. Mas, com aquela lembrança, faço-o de cabeça baixa, pois nos seus olhos não me enxergo mais. Você, delicadamente, poem a mão em meu queixo e levanta meu rosto. Quase em lágrimas. Respiro fundo e não contesto. Então, trancamos os carros e "encaramos" a alta sociedade. Como sempre. Ao chegarmos juntos mais flash e histórias fantasiadas publicadas no dia seguinte. Ninguém imagina o que se passa em nossas mentes naquele momento. Você, talvez, pensando no seu amante barato. Eu, pensando o quanto te amo, para tudo isto suportar. E assim vivemos de aparências. Sorrisos, poses e flash. É assim que passamos a noite toda. Até você pegar-me delicadamente pela cintura e sussurrar em meu ouvido, "Desculpas", e  dizer o quão bela estou, e que sim, que eu sou a mulher da sua vida. Claro, um sorriso radiante, mas tímido, surgiu no meu rosto e a chama do nosso amor renasceu. Pois é assim que ele vive, renascendo a cada amanhecer, ou anoitecer... Apesar de todo sofrimento ocultado. 
As luzes do salão se apagam. A festa terminou. Todos retornam aos seus palácios. Até mesmo, nós. Um em cada carro. Obviamente chego primeiro. Pois você deve ter parado em algum posto de gasolina qualquer, com a desculpa de que iria abastecer para ligar para ele. Chego em casa e preparo um banho, com perfumes de rosas e velas ao redor. Deitada na banheira escuto o barulho do seu carro na garagem estacionar. Você entra lentamente em nosso quarto, tirando a roupa que tanto lhe honra. A minha surpresa foi você entrar no banheiro e sentar-se junto a mim, na borda da banheira. Pegando meus pés e massageando-os. Encosto a minha cabeça, fechando os olhos, confesso que chorei. Você, pedindo-me desculpas. Dizendo que esta era a última noite do meu sofrimento. Sofrimento este que não deveria existir. Pois em seu outro relacionamento havia posto 0 fim. Para dedicar-se somente a mim. Como deveria ter sido feito do inicio ao fim. Não quis te olhar, não quis acreditar. Então, você mergulha comigo na banheira e jura-me amor eterno. E nos amamos, mais uma vez, com o perdão e sem fim.